Rayssa Gomes
20 de Agosto de
2021
Conheça os tratamentos para rosácea
O sucesso do tratamento da rosácea começa com um diagnóstico correto. Se você apresenta algum dos
sinais e sintomas, não deixe de marcar uma consulta com um
dermatologista!
Como é feito o diagnóstico da rosácea?
O diagnóstico é feito por um médico dermatologista através do exame clínico, ou seja, o
especialista analisa de perto a pele do paciente, bem como faz uma anamnese que nada mais é que,
conversar com ele para entender suas queixas, seus hábitos de vida e se há histórico familiar de
quadro parecido.
Em peles de fototipos mais altos a avaliação clínica pode ser dificultada devido a pigmentação da
pele. Geralmente, as pápulas e pústulas são os sinais mais visíveis em peles mais escuras. Claro
que, os demais sintomas também são levados em consideração para o diagnóstico.
Eventualmente, uma biópsia de pele pode ser necessária para descartar qualquer outra patologia
cujo quadro seja semelhante, como no lúpus eritematoso sistêmico.
O subtipo pápula pustulosa pode ser confundido com a acne. Logo, o que diferencia o
diagnóstico da rosácea com a acne é a presença de telangiectasia, ausência de comedão
(cravo) nas lesões e o fato da rosácea acometer a região central do rosto também é algo a se
observar. No entanto, uma pessoa com rosácea pode também ter acne. Mas, são patologias
diferentes com abordagem terapêutica distintas.
Rosácea tem cura?
Não! Por ser de caráter crônico não há cura para a rosácea, mas sim controle.
É perfeitamente possível inibir a progressão da patologia por meio do tratamento adequado, onde
ao segui-lo corretamente e evitar os gatilhos, os sinais e
sintomas podem ser bastante amenizados com períodos de longa remissão.
Como tratar a rosácea?
Sobre o tratamento devemos pensar em um gerenciamento da rosácea onde todas as etapas são
importantes para resgatar ao máximo o equilíbrio da pele:
- O primeiro passo é seguir o tratamento recomendado pelo dermatologista, que pode ser com
medicamentos tópicos, orais, procedimentos feitos em consultório ou uma combinação destes.
- O segundo passo é fazer a manutenção em casa. Ter uma rotina de cuidados da pele no
dia-a-dia é imprescindível para manter a barreira cutânea o mais íntegra possível e evitar
as inflamações e irritações.
Inclusive, o skincare - termo em inglês para cuidados da pele - é considerado por muitos
dermatologistas como sendo parte relevante no tratamento da rosácea, já que auxilia na
função barreira da pele. Uma barreira cutânea íntegra significa uma pele mais calma e menos
inflamada.
Limpar a pele sem ressecá-la, usar hidratantes de ação calmante, aplicar e reaplicar sempre
que necessário o protetor solar, já é uma rotina de skincare muito eficiente.
Os produtos para peles sensíveis costumam não ter muitos ingredientes irritantes, mas não é
regra. Então, não deixe de conferir a
composição do produto.
- E como terceiro passo, é importante gerenciar os demais fatores agravantes como a questão alimentar, evitando
os alimentos inflamatórios e vasodilatadores, bem como dar atenção à questão emocional que também tem grande impacto.
Veja a seguir quais são os medicamentos e procedimentos mais recomendados para tratar a rosácea.
O mais adequado para você, somente o dermatologista poderá lhe indicar:
- Medicamentos tópicos:
O metronidazol (nome comercial Rozex), o ácido azelaico (nome comercial Azelan) e a
ivermectina tópica (nome comercial Soolantra) são medicamentos de ação contra a
inflamação da rosácea, sendo muito úteis no subtipo pápula pustulosa. Todos agem
reduzindo a inflamação, mas o ácido azelaico tem ação adicional de reduzir a aspereza da
epiderme, o que é benéfico nos casos em que há descamação; já a ivermectina possui ação
acaricida frente ao ácaro Demodex folliculorum, que pode estar proliferado na
pele com rosácea, além de promover uma diminuição da vermelhidão associada.
A brimonidina, que exerce ação vasocontritora nos capilares sanguíneos dilatados pode ser
prescrita em casos de eritema persistente, como no subtipo eritemato-telangiectásico.
- Medicamentos via oral:
Os antibióticos do grupo das ciclinas (por exemplo a doxiciclina e a tetraciclina) e o
metronidazol são um dos mais prescritos.
A isotretinoína em baixa dosagem é indicada em casos moderados a graves que não respondem
bem aos antibióticos.
Os corticosteróides também podem ser prescritos nas formas mais graves, como na rosácea
fulminante.
A terapia sistêmica é indicada por seu efeito anti-inflamatório, e a isotretinoína exerce
função adicional de diminuição da atividade das glândulas sebáceas e renovação celular.
O tratamento com isotretinoína é útil para evitar a antibioticoterapia repetidas vezes.
- Tratamentos em consultório dermatológico:
O Laser e a Luz Intensa Pulsada são as tecnologias ainda mais realizadas para tratar o
eritema e as telangiectasias. Podem ter também um leve efeito sobre as pústulas.
A diferença entre os procedimentos é, basicamente, o tipo de luz emitida. Com isso, a
quantidade de sessões para atingir o objetivo varia entre uma tecnologia e outra, bem
como os demais efeitos adicionais proporcionados, como por exemplo a diminuição de rugas
e linhas finas. A escolha do procedimento irá depender das características gerais da
pele.
A toxina botulínica em doses muito diluídas pode ser indicada para melhorar o eritema.
Por ser uma nova e promissora modalidade de tratamento, ainda está sendo estudada, mas
já teve muitas aplicações com sucesso na diminuição da vermelhidão.
O mecanismo de ação da toxina botulínica na rosácea não está bem definido, mas parece
envolver o bloqueio da acetilcolina, a qual, dentre outras funções atua na inflamação
neurogênica, que induz a vasodilatação e outros mediadores inflamatórios. Assim, ao
bloquear a acetilcolina, inibe-se o mecanismo da vermelhidão.
Os efeitos da toxina botulínica se mantêm em média por 3 meses após a aplicação. É
importante dizer que não paralisa os músculos da região, já que são doses bastante
diluídas.
A cirurgia para correção do nariz também pode ser indicada no caso de rinofima.
Não se esqueça que escolher hábitos de vida mais saudáveis, como uma dieta balanceada e a prática
de atividade física regular aumentam a qualidade de vida e, claro, tem efeitos positivos na
saúde da pele.
Veja como controlar a rosácea naturalmente!
Referências:
Oliveira, Clivia Maria Moraes de, et al. "Consenso sobre tratamento da rosácea− Sociedade
Brasileira de Dermatologia." Anais Brasileiros de Dermatologia 95 (2020): 53-69.
Santos, Larissa Sibelle Araújo dos. “Rosácea: uma revisão de novos tratamentos.” BWS Journal. 3
(2020): 1-9
Couto, Luciana, et al. "Estudo prospectivo para tratamento do rubor da rosácea com toxina
botulínica tipo A." Surgical & Cosmetic Dermatology 10.2 (2018): 121-126.