Saber o que piora a rosácea é fundamental para evitar o agravamento dessa condição. Afinal, estamos falando de uma dermatose crônica que necessita de cuidados especiais.
Se falando em cuidado cosmético, o que aplicamos na pele com rosácea têm um grande impacto, seja ele positivo ou negativo, tudo depende se os produtos são ou não são adequados.
Por isso, é importante saber reconhecer alguns ingredientes nos rótulos dos produtos para evitá-los, se a sua pele for mais reativa.
Ao aprender a identificar esses ingredientes, você passará a ser mais criterioso nas suas escolhas de beleza, e isso com certeza irá te ajudar no processo de melhora da cútis.
Então, descubra os cosméticos que pioram a rosácea e saiba como identificar os ingredientes a se evitar, para assim, fazer escolhas mais assertivas para a saúde e beleza da sua pele. Confira!
A pele com rosácea sofre com a disfunção de barreira cutânea. Essa disfunção não é a única causa da dermatose, mas é grande parte do problema, por assim dizer.
Quando a barreira cutânea não está íntegra, vários fatores podem prejudicar a pele em maior amplitude, já que esta se encontra mais permeável e reativa.
Isso significa que ingredientes cosméticos que não eram para penetrar acabam adentrando mais as camadas da pele, bem como os nervos sensoriais desta tornam-se mais reativos a diversos estímulos, como por exemplo as substâncias que aplicamos no dia a dia, seja no skincare ou maquiagem.
A pele com rosácea também sofre de hiperreatividade vascular, com isso os ingredientes que são vasodilatadores podem piorar a vermelhidão instantaneamente.
Por outro lado, precisamos do reforço externo proporcionado pelos cosméticos para ajudar no equilíbrio cutâneo ao fortalecer a barreira, manter os níveis ideais de hidratação, diminuir a sensação de desconforto, as vermelhidões, bem como as chances de desenvolver irritações e alergias.
Assim, a cosmética deve jogar a favor da nossa pele, jamais contra ela!
Então para isso, se atente ao rótulo dos produtos se você quer evitar os ingredientes mais problemáticos, de acordo com a literatura científica.
Os cosméticos que podem piorar a rosácea são os que contém ingredientes rubefacientes e ingredientes irritativos e alergênicos.
Os ingredientes rubefacientes são os que causam vasodilatação, aumentando assim a vermelhidão no local de aplicação.
Como a vermelhidão é um sinal típico da rosácea, convém evitar esses ingredientes para não piorar.
Os rubefacientes mais comuns são os Óleos Essenciais de Menta e Hortelã-pimenta (Mentha arvensis oil, mentha piperita oil), Óleo essencial de Cravo (Eugenia caryophyllus oil), Óleo essencial de Eucalipto (Eucalyptus globulos oil) e Gengibre (Zingiber officinale oil).
As substâncias como Mentol (menthol), Lactato de mentila (menthyl lactate), Cânfora (camphor), Eucaliptol (eucalyptol) e Eugenol (eugenol) também podem causar vermelhidão.
O mentol e o lactato de mentila promovem uma sensação refrescante na pele. Essa refrescância mentolada é benquista para uma pele oleosa e é bastante comum nos produtos com finalidade antioleosidade.
Mas se for uma pele sensível e com rosácea também, a história é diferente. Por isso, fique atento a esses ingredientes!
Existem alguns ingredientes cosméticos com maior potencial de irritação e sensibilização que outros. Mas na verdade, isso é algo muito subjetivo e individual.
Nem todos as pessoas com rosácea terão problemas com as substâncias descritas abaixo. Mas escolhi as mais problemáticas para te apresentar.
As fragrâncias são, tradicionalmente, um componente importante nos produtos de skincare. São responsáveis por doar um agradável aroma aos cosméticos, bem como disfarçam cheiros não atrativos de alguns ingredientes da formulação.
No entanto, essa é a classe de substâncias mais envolvida em casos de sensibilização.
No rótulo, você identifica a fragrância como fragrance ou parfum.
Os óleos essenciais também são usados como agentes de fragrâncias e ainda possuem propriedades medicinais, por isso, são usados na prática da Aromaterapia aplicada aos cosméticos.
Apesar de todos os benefícios surpreendentes, são ingredientes com alto potencial para sensibilização cutânea.
Há alguns óleos essenciais menos alergênicos, como por exemplo o de patchouli. Ainda assim, vale a precaução se a pele é muito sensível.
Os conservantes seguem como a segunda classe mais alergênica e irritativa.
Um sistema conservante é extremamente necessário para aumentar a validade de um produto e garantir a segurança no seu uso. Mas de fato, alguns não são os mais adequados para a pele sensível.
Os conservantes para se evitar são as Tiazolinonas (methylisothiazolinone, methylchloroisothiazolinone), Formaldeído e Liberadores de formol (formaldehyde, DMDM hydantoin, imidazolidynil urea, diazolidynil urea, quaternium-15, methenamine 3-chloroallylochloride), e claro, também os Parabenos (methylparaben, propylparaben, butylparaben, ethylparaben).
Existem vários alcoóis na cosmética, mas aqui me refiro ao álcool que pode ressecar a pele.
Quando em maior concentração, o álcool tende a danificar a barreira da pele sensível por prejudicar o manto hidrolipídico, que é responsável pela hidratação natural.
Se o álcool estiver entre os primeiros ingredientes da lista no rótulo, pode ser demasiado agressivo.
Isso vale especialmente para produtos importados que seguem a ordem de listagem dos ingredientes mais concentrados para os menos concentrados. No Brasil, não tem essa regra de ordem por concentração.
No rótulo procure por ethanol, alcohol denat, SD alcohol, ethyl alcohol, methyl alcohol, isopropyl alcohol, polyvinyl alcohol.
Assim como os alcoóis que são vários, também existem os sulfatos compondo um vasto grupo de tensoativos.
Tensoativos são as substâncias capazes de unir água e óleo ao diminuir a tensão superficial entre as moléculas. São também formadores de espuma e de emulsão.
No geral, os mais irritativos e alergênicos para a pele são o Lauril Sulfato de Sódio e Lauril Éter Sulfato de Sódio (sodium lauryl sulfate, sodium lauryl ether sulfate, sodium laureth sulfate).
São encontrados em limpadores faciais e shampoos também, então tenha cuidado para não deixar o shampoo cair no rosto quando lavar os cabelos.
Um tensoativo catiônico significa que tem carga positiva. Sua natureza eletrônica torna-o mais irritativo para a pele.
Os tensoativos catiônicos são mais utilizados em produtos para condicionamento capilar, como o próprio condicionador ou a máscara.
Ainda assim, podem ser encontrados em produtos para a pele, como em cremes hidratantes. Vou destacar aqui o Metossulfato de Berrentrimônio (behentrimonium methosulfate).
Já fica também a orientação para quem tem rosácea no couro cabeludo, para não usar o condicionador ou a máscara no couro, ou pelo menos, não deixar em contato com a pele por muito tempo, justamente por conta dos tensoativos catiônicos.
Os filtros solares químicos (tecnicamente chamados de orgânicos), são mais irritativos e alergênicos se comparados aos filtros físicos (inorgânicos/minerais).
Os filtros químicos mais modernos são mais seguros, ainda assim a proteção mineral é preferível se a pele for muito reativa.
Em termos de probabilidade, o mais irritativo e sensibilizante é a oxibenzona (benzophenone-3, 2-Hydroxy-4-methoxybenzophenone).
Lembrando que a proteção solar é muito importante na rosácea (na verdade para todas as peles). Então, independentemente dos filtros, o melhor protetor solar é aquele que você consegue usar todos os dias!
O Propileno glicol (propylene glycol),tão comum nos cosméticos, é um tipo de solubilizante que também ajuda na hidratação.
Seu caráter irritativo é devido seu mecanismo que envolve uma desestabilização do estrato córneo, para romper a barreira e facilitar a penetração de outros ingredientes.
Talvez um único produto com propileno glicol não irrite a sua pele. Por outro lado, uma rotina inteira de skincare com essa substância pode ser um pouco demais.
O esfoliante físico, aquele com grânulos que são “esfregados” na pele, não é o mais ideal para a rosácea, especialmente quando em uma crise, já que o atrito na pele pode ser agressivo para a cútis mais delicada.
É claro que, existem grânulos de diferentes matérias-primas, assim como tamanhos e abrasividades distintas. Mas por via das dúvidas, muita cautela na esfoliação em uma pele sensível.
Neste contexto, não é indicado também os esfoliantes físicos caseiros, como o açúcar ou a borra de café, são demasiado agressivos.
Os Alfa-hidroxiácidos e Beta-hidroxiácidos são esfoliantes químicos, ou seja, promovem a renovação celular sem a necessidade de “esfregar”.
Estes podem irritar as peles sensíveis, não somente devido a renovação celular acelerada que pode comprometer temporariamente a barreira cutânea, mas também por conta do pH ácido.
É claro que depende do ácido em questão, da concentração e demais ingredientes da fórmula. Porém, os alfa-hidroxiácidos com menor peso molecular, que penetram mais profundamente na pele, são os mais irritativos, em destaque o Ácido glicólico (glycolic acid).
O Ácido salicílico (salicylic acid), conhecido como um beta-hidroxiácido, também pode incomodar a rosácea.
Os ácidos estão presentes nos mais diversos produtos, de limpadores a séruns e até no protetor solar.
Não significa que um produto com ácido nunca poderá ser usado por quem tem rosácea. Mas de modo geral evite-os, especialmente os mais potentes e concentrados, principalmente se a sua rosácea estiver em crise.
O famoso retinol, o anti-aging mais conhecido e aclamado na cosmética, não é o mais recomendado para a pele com rosácea.
O retinol e outros retinóides aceleram a renovação celular e desequilibram a barreira temporariamente.
Os mesmos ainda podem promover a angiogênese, ou seja, o surgimento de novos vasinhos sanguíneos na pele. Logo, não é o mais indicado quando se tem tendência à telangiectasia, aquele emaranhado de vasinhos no rosto, muito comum na rosácea.
Há quem consiga usar, acostumando a pele aos poucos e hidratando bem. Mas é um processo. Se você não se sente seguro, melhor evitar!
No rótulo procure por retinol, retinal, retinaldehyde, retinyl palmitate.
A vitamina C pura (ascorbic acid, L-ascorbic acid) é o antioxidante mais conhecido no mundo do skincare. Além de combater os radicais livres, também estimula a síntese de colágeno e ilumina a epiderme.
Algumas peles sensíveis toleram bem, já outras nem tanto. A explicação fica por conta do pH ácido da vitamina c, em torno de 3,5, sendo portanto mais irritativo.
Se você se interessa por esse antioxidante, existem os derivados de vitaminas C que são menos irritativos, caso a sua pele não aceite o ácido ascórbico puro.
A uréia (urea) é um ingrediente umectante que consegue aumentar significativamente a hidratação da pele. É mais encontrada em hidratantes corporais para peles secas e ressecadas, mas pode estar em formulações faciais também.
O problema é o modo como age na pele, tornando-se irritativa e, portanto, devendo ser evitada.
Ingredientes adstringentes, como por exemplo o extrato de Hamamelis (Hamamelis virginiana leaf extract) contrai os poros, o que é benéfico para a pele oleosa.
Porém, pode ‘’desengordurar’’ temporariamente a epiderme deixando-a ressecada, o que pode ser um problema para as peles sensíveis.
Neste contexto, qualquer produto que seja muito adstringente deve ser evitado, logo, o extrato de hamamelis por si só não é o único culpado.
É claro que, uma fórmula balanceada com agentes hidratantes pode equilibrar esse efeito. De qualquer modo, fique atento aos adstringentes no geral.
Agora falando de ingredientes de maquiagem o oxicloreto de bismuto (bismuth oxychloride, CL77163) é um pó muito comum nos produtos de makeup, por conferir um efeito perolado e belíssimo na pele.
Porém, há vários relatos de alergia ao mesmo, devido à sua estrutura cristalina única, onde as partículas mais pontiagudas podem se acumular nos poros, irritar e sensibilizar.
Os metais pesados não são adicionados nos produtos de beleza, não sendo possível identificá-los no rótulo.
Mas estes podem estar presentes advindos de contaminação, especialmente em pigmentos e corantes nas maquiagens.
O problema é que estes podem causar alergia, como por exemplo o níquel.
Acredito ser um pouco difícil não ter absolutamente nada de metais pesados, mas é possível que o fabricante faça o controle.
Para isso, evite maquiagens de procedência duvidosa e que não sejam regularizadas nas agências regulatórias, como a ANVISA no Brasil.
Como você viu há muitos ingredientes possivelmente problemáticos e estes são bastante comuns nos cosméticos.
Mas é possível evitá-los procurando pelos nomes nos rótulos. No entanto, já fiz um post sobre os Melhores Produtos para a Rosácea que você pode ver clicando em cima desse título.
Tenho certeza que vai facilitar para você. Ah! E não se esqueça de voltar a este post para consultar sempre que você quiser relembrar ou comparar com algum produto.
Até a próxima!
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